sexta-feira, 10 de junho de 2011

De furgão, homem e a cachorrinha Preta viajam 24 mil km pelo Brasil



Crédito: Arquivo pessoal
De furgão, homem e a cachorrinha Preta viajam 24 mil km pelo Brasil
Psicólogo aposentado aproveita praia com a cadela de estimação

O psicólogo aposentado Edson Fernando Nóbrega de Andrade, de 51 anos, cultivava há tempos a ideia de viver viajando pelo mundo, mas o fato de ter um cachorro de estimação o afastava da aventura. Após ler na internet o diário de bordo de um casal brasileiro que dá a volta ao mundo com um cão labrador, Fernando não teve mais dúvidas: equipou um furgão e encarou a estrada ao lado da vira-lata Preta, sua companhia inseparável.

A cidade de São Vicente, no litoral paulista, foi o ponto de partida no dia de Natal do ano passado. O primeiro grande destino era Belém. Desde então, a dupla já percorreu 24 mil quilômetros por 12 estados mais o Distrito Federal.

Fernando e Preta estão acampados em Bonito (MS), cidade a 290 quilômetros de Campo Grande, e se preparam para cruzar a fronteira do país com a Bolívia. Ele conta que a cadela de sete anos de idade se adaptou bem à rotina de uma vida sobre rodas. "Percebo que para ela está tudo certo desde que esteja comigo", diz. Quando o dono precisa ir a um restaurante ou supermercado, por exemplo, Preta espera na porta, impressionando as pessoas pela obediência.


Psicólogo aposentado Edson Fernando Nóbrega de Andrade e a cadela Preta (Foto: Edson Fernando Nóbrega de Andrade)

Cama, TV, fogão e geladeira: tudo cabe no furgão (Foto: Arquivo pessoal)

O veículo de transporte é um furgão branco argentino ano 1999 com adaptações para suportar a longa jornada. O colchão cabe apertado na caçamba, dividindo espaço com roupas, um fogão com botijão de gás, uma geladeira e um televisor. Notebook com modem, câmera fotográfica e celulares de três operadoras mantêm o psicólogo conectado com o mundo e também permitem que ele atualize o blog da viagem.

O aposentado dividiu sua grande viagem em três partes: a primeira pelo Norte e Nordeste brasileiros; a segunda pela região Sul do país; e a terceira pela América do Sul. O frio desta época do ano fez com que Fernando abortasse a segunda etapa. “Estávamos em São Thomé das Letras (MG) morrendo de frio, ainda mais a Preta com seu pelo curtinho”, comenta. Agora, a dupla ruma em direção aos Andes peruanos para conhecer Machu Picchu, berço da civilização Inca.

Impressões pelo Brasil
Fernando sente dificuldade em apontar um único lugar do país que o tenha encantado mais, porém, apontou as praias desertas do Rio Grande do Norte e as dunas de Jericoacoara, no Ceará, como locais que chamaram bastante sua atenção. Por outro lado, a extrema pobreza e a miséria em algumas comunidades do Norte e Nordeste não foram ignoradas pelo olhar do viajante. A degradação do meio ambiente em todos os Estados por onde passou também causou assombro.

Ao visitar uma localidade, ele procura conhecer outros pontos não tão badalados pelos turistas. “Gosto de ver a realidade local, pois dá para sentir melhor se realmente há hospitalidade”, observa. O psicólogo também visita patrimônios históricos e vai a eventos culturais, mas sempre tomando cuidado para não gastar todo o dinheiro do mês.


Não importa se vá perto ou se vá longe, o mais importante é, se quiser voltar, tente voltar melhor do que quando partiu."
Edson Fernando Nóbrega de Andrade, 51 anos
Em relação às estradas e sinalizações, Fernando avalia as condições como boas, embora reclame de placas confusas nos acessos às cidades. “Me parece que quem as faz mora na mesma cidade, não têm a noção de que muitos que necessitam daquelas informações não são do local”, afirma. Para evitar acidentes, ele conta que nunca dirige à noite nem excede o limite de velocidade das rodovias.

Enquanto viaja, o aposentado aprende a valorizar as amizades e reflete sobre as condições de vida das comunidades pelo Brasil afora. “Senti de perto a necessidade emergente da preservação ambiental, me conscientizei mais ainda sobre as questões sociais e econômicas do povo”, relata.

Para aqueles que como ele querem se aventurar, Fernando aconselha a dar o primeiro passo e arriscar-se. “Não importa se vá perto ou se vá longe, o mais importante é, se quiser voltar, tente voltar melhor do que quando partiu”.

Psicólogo aposentado Edson Fernando Nóbrega de Andrade e a cadela Preta (Foto: Edson Fernando Nóbrega de Andrade)
Ao lado da vira-lata Preta, psicólogo Edson Fernando percorre o país (Foto: Arquivo pessoal)

Fonte: Portal MS

Blog do Johnnyon

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