Blog do Johnny: Família de cachorro Noel faz a alegria das crianças carentes no Natal

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Família de cachorro Noel faz a alegria das crianças carentes no Natal

A vontade de renovar as esperanças das crianças carentes e a paixão por cães, especialmente por labradores, rendem, há seis anos, em Araraquara (SP), uma história inusitada.
Marco Gobatto é voluntário na entrega dos presentes para as crianças que, todos os anos, escrevem cartas destinadas ao Papai Noel, pelo projeto dos Correios. Desde o primeiro ano de participação, Gobatto levou com ele seu cachorro Spy Noel. “Quando fui convidado para ir junto nessas entregas aceitei com a condição de levar meu melhor amigo junto”, lembra.

Vestidos a caráter, cão e dono saem com a perua dos Correios fazendo as entregas e levando alegria por toda a cidade. “Spy entra e sai do carro bonitinho, anda ao meu lado sem guia e obedece demais.” Se as crianças ficam mais felizes com o presente ou o cão não se sabe, mas o fato é que a boa energia que vem dessa amizade contagia a todos. “É gratificante demais, não há palavras para explicar”, diz Gobatto.

O cachorro Noel, como ficou conhecido, fez tanto sucesso, que Gobatto resolveu contagiar a família do bichinho. Spy tem uma “esposa”, a Antonia, e dois filhos, Coxinha e Meio-Quilo. “Comprei roupas para todos e agora estou treinando o Coxinha, que vai comigo entregar os presentes a partir do ano que vem”, explica o voluntário.

O líder da família é também o membro mais velho e um ex-policial farejador de drogas. “Segundo os policias, o Spy era medroso demais para essa profissão e por isso tiveram que colocá-lo para adoção. Não pensei duas vezes e o adotei.” Antonia foi comprada alguns anos depois para namorar o labrador, que “andava sozinho demais”.

Boas histórias

Gobatto conta, emocionado, algumas das histórias que mais lhe marcaram durante estes seis anos. “Houve uma vez em que um garoto de apenas nove anos pediu uma cesta de alimentos para os outros irmãos poderem comer na noite de Natal. No texto ele ainda falava que, se possível, gostaria de ganhar uma bola. Ele era como um pai de família preocupado em alimentar os outros e por último brincar”, diz.

Outra lembrança marcante é a de uma garota de 17 anos que pedia uma cama porque nunca havia dormido em uma. Ao chegar ao local para fazer a entrega, a adolescente pediu a Gobatto desse o presente a uma amiga que precisava ainda mais do que ela. “Imaginem alguém desejar algo por 17 anos e quando vai receber prefere doar a outro que precisa mais”, recorda.

Entre estas e outras histórias, Spy sempre foi o companheiro de Gobatto e também possui alguns episódios relevantes. Como todo cão, Spy não gosta muito de gatos, mas certa vez, durante uma entrega, apareceram vários filhotes de uma gata que morava na casa. “Os pequenos vieram se encostando nele e miando. Ele tremia, me olhava desesperado, mas eu mandei não se mexer e ele ficou ali, paradinho”, diz o dono do cão, que não se cansa de demonstrar o carinho que tem pelos animais.

Gobatto confessa que o labrador é a sua raça favorita. Ele atribui à lealdade, o motivo que o leva a andar com os cães por todos os lados. “O cachorro é, sem dúvida, o melhor amigo do homem e sente por nós um amor incondicional, sem esperar nada em troca. Ter um cão é tudo de bom”.