terça-feira, 1 de novembro de 2011

Em cemitério de Ribeirão Preto, há 42 anos uma estátua lembra da fidelidade de um cão




Os cemitérios de Ribeirão Preto devem receber cerca de 150 mil pessoas nesta quarta-feira (2), em comemoração ao feriado de Finados, mas nesta terça-feira (1º) o movimento já era intenso, para que os arranjos de flores e a limpeza dos túmulos fossem feitos com calma.
Só no cemitério da Saudade, o mais antigo de Ribeirão Preto, devem passar cerca de 50 mil pessoas. São visitantes da cidade e da região que, além de prestar homenagens aos túmulos de parentes, visitam os de amigos e até os que guardam histórias de graças alcançadas ou curiosidades, como é o caso do túmulo de Antônio Ezequiel de Camargo, que mantém uma estátua de um cachorro dálmata no local há 42 anos.
De acordo com o administrador do cemitério, Josimar Carreiro, o cão acompanhou o cortejo do dono e resolveu ficar no cemitério. "Dizem que a família tentou levar o cachorro embora, mas não tinha jeito, ele ficou do lado do túmulo do dono até morrer, uns 40 dias depois", conta Carreiro.
Na lápide, os dizeres "Só a morte destrói a fidelidade de um cão", são prova da homenagem que os familiares prestaram ao animal devotado.
Fonte: Jornal A Cidade

Impossível ler essa história e não lembrar do Greyfriars Bobby. Caso você não conheça, leia a história desse cachorrinho:





Gray era um jardineiro que ficou desempregado ao chegar em Edimburgo no início do século XIX e por isso se juntou a força policial local. Como membro da guarda noturna (night watch), ele era obrigado a possuir um cão de guarda e escolheu como companheiro um Skye Terrier que ele chamou de Bobby.
Após a morte de seu dono — enterrado no cemitério da Igreja Presbiteriana de Greyfriars, em Edimburgo, Escócia — Bobby ficou por 14 anos ao lado do túmulo de Gray, até sua própria morte em 1872. O cão está enterrado a quase 70 metros de seu dono, num pequeno pedaço de solo não consagrado (já que sendo um animal, não poderia ficar exatamente no cemitério), mas dentro dos portões da Igreja.
Foram muitas as tentativas de afastar Bobby (não eram permitidos animais no local), mas ele sempre voltava. O jardineiro responsável passou então a deixar comida e água disponíveis para ele e até mesmo o administrador do cemitério tentou abrigar Bobby quando o tempo ficava muito ruim — mas o fiel cãozinho uivava sem parar até ser solto e poder voltar à sua vigilia.
Quando Bobby se viu em maus lençóis — após a promulgação de uma lei que proibia cães sem registro na cidade — Sir William Chambers (então Lorde Provost - título dado ao chefe dos magistrados - de Edimburgo) pagou a licença e lhe comprou uma coleira e uma tigela de água (objetos que hoje estão no Museu de Edimburgo, antes conhecido como Huntly House).
Em 15 de novembro de 1873, uma fonte com uma estátua (esculpida por William Brody) em homenagem à devoção do pequeno Skye Terrier foi eregida pela Baronesa Angelia Georgina Burdett-Coutts; Bobby está na ponte George IV (entre Bank St. e Candlemaker Row) e é uma as atrações mais fotografadas de Edimburgo. E na Igreja, há um retrato de Bobby, pintado por John MacLeod em 1867 (quando o cãozinho ainda estava vivo).


Dois filmes já foram feitos sobre a história do fiel cãozinho: Greyfriars Bobby: The True Story of a Dog (Meu Leal Companheiro no Brasil), em 1961 e Greyfriars Bobby, em 2005. Christopher Lee (que ficou famoso por interpretar Drácula em diversos filmes), fez o papel de Sir William Chambers neste último, enquanto que Bobby foi interpretado por três cães da raça West Highland White Terrier.



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