quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Zoonose em Fortaleza não recolhe cão com sintomas de leishmaniose por falta de carro





A leishmaniose em animais em Fortaleza é um problema que se arrasta há anos e ainda sem solução eficaz
Há, pelo menos, três meses, moradores do bairro São Gerardo reclamam da falta de assistência a um cachorro com sintomas de calazar. O animal, que foi abandonado na Rua Eretides Martins num estado já bem debilitado, está instalado na calçada de Socorro Pinheiro. A moradora diz que entrou em contato, hoje, com o Centro de Zoonose da Regional I, mas recebeu a informação que não havia carro para buscar o cão, visto que os que fazem a coleta dos animais estavam quebrados.

A equipe de reportagem esteve no local e também tentou telefonar para o órgão, mas os telefones estavam ocupados ou não atendiam. Como informa Socorro Pinheiro, desde o começo do ano o cachorro está doente e tem todas as características do calazar: unhas grandes, ferimentos na pele, apatia e desânimo. A situação de saúde do cão se agrava a cada dia, como explica a moradora. 

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS), a informação não procede porque o Centro de Zoonose nunca deixou de recolher animais por falta de carros. Segundo a SMS, pode acontecer de um veículo quebrar, mas o trabalho é feito.

A leishmaniose (calazar) em animais em Fortaleza é um problema que se arrasta há anos e que continua sem solução eficaz. Isso porque nos cães a doença é grave, de curso lento, de difícil diagnóstico e de fácil transmissão, tanto para os animais quanto para os homens.

Conforme o coordenador da leishmaniose do Centro de Zoonose de Fortaleza, Sérgio Franco, hoje a dificuldade é grande para resolver o problema dos cachorros com calazar. O procedimento tomado é a eutanásia. Porém, existe uma decisão judicial que determina que o método só pode ser realizado em animais comprovadamente terminais, com laudo veterinário que confirme a doença. Com isso, o Centro de Zoonose só pode recolher os cachorros das ruas nessas situações.

Orientação
"Então a gente procura questionar ao máximo as pessoas que ligam para cá pedindo que cães sejam recolhidos. A nossa orientação para as telefonistas é para atenderem só nos casos urgentes", diz. Sobre o argumento dos carros quebrados, o coordenador diz que pode ter acontecido de as carrocinhas que fazem plantão estarem quebradas.

Além disso, Franco explica que existe a dificuldade sobre o que fazer com os animais recolhidos. "A população tem necessidade do trabalho, mas não temos como ajudar por causa da decisão judicial". Os animais que são levados para o Centro de Zoonose de Fortaleza com sintomas de calazar são examinados e, caso seja detectada a doença, é realizada a eutanásia.

O Centro de Zoonose da Capital tem diminuído a eutanásia. Em 2011, 6.276 animais foram mortos. Em 2010, 4.319.

FIQUE POR DENTRO 
Leishmaniose
O calazar é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania, da família dos Trypanosomatidae. O calazar (leishmaniose visceral) e a úlcera de Bauru (leishmaniose tegumentar americana) são formas da doença. É uma zoonose comum ao cão e ao homem que é transmitida ao ser humano pela picada de mosquitos flebotomíneos, também chamados de "mosquito palha" ou birigui e Phlebotomus.

LINA MOSCOSOREPÓRTER



Fonte: Diário do Nordeste
Blog do Johnnyon

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