“Alegria.” É como define Gustavo Henrique Morelli, de nove anos, o que sentiu quando reencontrou seus dois cachorrinhos, Simba e Pink, depois de pegar um bote para resgatá-los na casa onde mora, que ficou isolada em um dos bairros de Itajaí, Santa Catarina, em razão das enchentes que atingem o estado desde a quarta-feira (7).
Em Itajaí, as cheias chegaram depois de atingir mais de 100 mil pessoas em Blumenau. A diminuição do nível das águas do rio Itajaí-Açu, que alagaram mais de 390 ruas na cidade, para o município vizinho significa que o curso do rio está seguindo diretamente para o rio Itajaí.
Neste sábado (10), os moradores começaram a sentir a força dos alagamentos, que ‘engoliram’ casas e deixaram vários bairros submersos.
Desde sexta, Gustavo queria voltar para buscar seus cãezinhos, mas as águas tomaram todas as ruas do bairro, na entrada de Itajaí. No local, a maioria das casas está com o primeiro andar submerso, algumas há três dias. De outras, só é possível ver o telhado.
“Eu ficava pensando no que ele estava pensando”, conta Gustavo. O resgate aconteceu apenas neste sábado, quando já não havia mais previsão de as águas baixarem. Os cães estavam no segundo andar, isolados. “Colocamos todas as coisas para cima e saímos”, conta a mãe do menino herói.
Com o avô e o pai, Gustavo partiu de bote rumo à casa. Seguiu por cerca de 50 metros de água barrenta, e retirou os cãezinhos. Também cuidou para que não caíssem o barco até a chegada à margem, quando ganhou festinha dos bichinhos e dos vizinhos orgulhosos.
“Senti alegria, e acho que ele também”, diz o menino, envergonhado da proeza. Agora, a família espera apenas que o nível do rio baixe e que possam retornar às casas, para dar início à limpeza, e contabilizar o prejuízo.
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