quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Coração que sempre cabe mais um




                                                            Tayse, que é voluntária da Ajapra, dedica parte do tempo 
                                                           aos bichos que não têm casa, nem família e muito menos 
                                                                         amor. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)


Poucos são os que colocam o bem estar animal como prioridade. Menos ainda são aqueles que não se importam em recolher e acolher cães e gatos abandonados nas ruas e à mercê da própria sorte para, depois, tentar reverter a situação pedindo ajuda. Voluntária da Ajapra (Associação Jaraguaense Protetora dos Animais), Tayse Schmitz é uma dessas pessoas.
Mesmo com todas as funções do dia a dia, ela reserva parte do tempo para tentar melhorar a vida dos bichos. O trabalho começou, oficialmente, faz cerca de três anos, quando se envolveu com a entidade. Mas, antes, já não conseguia ignorar situações que beiram o constrangimento pelas atitudes alheias. “Sempre que encontrava um animal na rua com fome ou atropelado eu ajudava”, completa.
Acostumada a tê-los em volta desde a infância, Tayse considera todos inesquecíveis. Porém, foi uma cachorra chamada Fiona a que a sensibilizou mais. A Rotweiller morreu meses atrás após uma luta incansável contra a Cinomose, doença que a tirou os movimentos das pernas. Devido ao problema, a tutora acabou se dedicando inteiramente à recuperação da cachorra fazendo, inclusive, terapia em piscina com ela. Mesmo assim, os bons momentos tiveram de ficar apenas da memória. “Hoje é uma linda lembrança”, conta.
Como mora em um apartamento, atualmente, Tayse não possui animais para dividir o lar. Os bichos ficam na casa dos pais e, todos os dias, ela os visita. Além disso, sai às ruas para salvar os que não têm a mesma felicidade. Nessas andanças, uma das situações mais complicadas foi o resgate de dezenas de animais que ficaram sem teto depois do falecimento da dona de um abrigo temporário. Entretanto, as dificuldades são contínuas. Conforme a voluntária, faltam recursos, pessoas dispostas a contribuir com a causa e, em contrapartida, sobram crueldade e abandono. Ambos revoltam tanto quanto a impunidade, a falta de sensibilidade e de amor.
Sentindo-se na obrigação de colaborar, Tayse resume com uma frase os motivos de tamanha dedicação: “eles, infelizmente, sempre estão em desvantagem perante a sociedade”.  Talvez por causa dessa desvantagem, ela e os demais companheiros de Ajapra acabam presenciando cenas como a de Terry. O cão foi visto duas vezes no mesmo dia e chamou a atenção da voluntária, que resolveu procurá-lo. Atrás de uma loja de materiais de construção, o cachorro estava deitado sobre telhas e de tão debilitado precisou de ajuda para ser levado a uma clínica veterinária. Depois do resgate e dos cuidados, Terry ganhou um lar, uma família e muita felicidade.   
Momentos como estes é que fazem Tayse não desistir. Conforme ela, não há cansaço capaz de tirar a sensação de alegria trazida pelo olhar de um bicho resgatado. “É sincero, honesto, carinhoso, amoroso. Eles não esperam nada mais do que o nosso amor, mas nem isso grande parte das pessoas consegue lhes dedicar”, conta.
A indignação conduz Tayse a uma pergunta diária. “Por que as pessoas cometem tantas atrocidades com seus animais ou com qualquer animal?”. Sem saber a resposta, ela só espera que os agressores também façam essa análise em algum momento da vida para se modificar. Assim, tudo seria diferente.
Blog do Johnnyon

Nenhum comentário:

Postar um comentário