quinta-feira, 14 de julho de 2011

Entenda a gravidez animal




As fêmeas precisam atingir a maturidade sexual para poder engravidar. "Isso acontece após os 6 meses de vida das cadelas de pequeno porte e após os 4 meses das gatas de pelagem curta", explica a professora doutora Maria Denise Lopes, do departamento de reprodução animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (Unesp-Botucatu). Cães de raças consideradas de grande porte iniciam o primeiro ciclo do cio com até 2 anos, assim como os felinos de pelagem longa.
A atividade dos ovários nas fêmeas continua mesmo com a idade avançada, ou seja, elas não têm uma fase que corresponderia à menopausa. "Mas é aconselhável não permitir a reprodução a partir dos 7 ou 8 anos", diz a professora. Isso porque há mais riscos para os animais e possibilidade de problemas de formação congênita nos filhotes.
Descobrindo a gestação 
Depois de escolher cuidadosamente o macho para a sua cadelinha ou gatinha e eles se "entenderem", chegou a hora de saber se ela está prenha. É preciso muita calma e uma visita ao veterinário para matar a curiosidade, pois não é fácil identificar a gravidez. "Só conseguimos detectar por apalpação abdominal depois de 28 dias. O ideal é realizar uma ultrassonografia a partir do 20º dia", ressalta Maria Denise.
O ultrassom, ou ecografia gestacional, é mais preciso na avaliação da vitalidade e estágio dos animais. "Porém, o exame não mensura com exatidão a quantidade de filhotes", indica o veterinário André Obladen, do Garra Hospital Veterinário, de Curitiba (PR). O período de gestação é rápido: média de 63 dias para as cadelas e de 58 a 65 dias para as gatas.
Mudanças na rotina 
São poucas as modificações que devem ser feitas na rotina da cadela (ou gata) quando ela está grávida. "Se o animal está acostumado a se exercitar, ele deve continuar. Mas a prática precisará ser adequada ou diminuída no final da gestação", orienta a doutora da Unesp-Botucatu.

No que diz respeito à alimentação, o recomendado é que, após 2/3 do período de gestação seja feita uma dieta com maiores níveis (25% a mais) de proteínas e minerais. Em casos de dirofilariose (parasita do coração), as fêmeas devem receber medicação preventiva.
O comportamento dos animais também não se altera. "Apenas no final da prenhez, algumas fêmeas apresentam-se mais sonolentas devido ao ganho de peso", aponta Maria Denise. Normalmente, o período gestacional decorre com tranquilidade, mas há enfermidades possíveis, como a diabete e a toxemia, que estão associadas a um balanço energético negativo. Ambas devem ser acompanhadas pelo veterinário e, quando descobertas a tempo, são controláveis.

Alguns sinais apontam que o parto está próximo: a fêmea para de comer 24 horas antes, fica mais tempo deitada, se aninha aos donos ou se isola

Chegou a hora!
Para saber a data aproximada do parto, é importante anotar o dia exato em que o animal cruzou. "A partir dessa estimativa, fique atento aos sinais: geralmente, a fêmea para de comer 24 horas antes, fica mais tempo deitada, se aninha aos donos ou se isola", pontua Obladen. O trabalho de parto tem início com contrações abdominais evidentes, secreção vaginal transparente ou esverdeada e aumento da frequência respiratória.

No momento do nascimento, os donos não devem interferir, mas precisam monitorar e ficar atentos caso o animal precise ser encaminhado a uma clínica veterinária. "A duração do parto das gatas pode variar de 4 a 42 horas e das cadelas, de 4 a 20 horas", aponta a professora. Percebidos os sinais de trabalho de parto, o primeiro fi- lhote nasce após quatro horas, no máximo. "O tempo de nascimento entre os animais deve durar de 30 minutos a 2 horas. Se estender, há riscos para a mãe e o filhote", orienta o veterinário.
Fotos:Shotterstock
Pós-nascimento 
A fêmea se encarrega de todo o trabalho de limpeza e cuidados com os filhotes e com o corpo dela. "Ela limpa, aquece, amamenta e é responsável pela vida das crias até que tenham condições de sobreviverem sozinhas", explica a professora. Lembrando que a amamentação deve ocorrer por até oito semanas. É importante que a cadela ou gata seja avaliada por um veterinário após o parto. O profissional fará um exame específico do aparelho genital. "Deve haver uma involução uterina normal (regressão do tamanho) para prevenir eventuais processos inflamatórios", justifica Maria Denise. Depois disso, a vida volta ao normal, sendo que as gatas podem ter até três partos por ano, e as cadelas, dois.



Você sabia?
Embora muitos digam que cães e gatos sofrem de depressão pós-parto, ainda são necessários estudos científicos para comprovar o distúrbio entre os animais. De acordo com os especialistas desta reportagem, não podemos comparar a doença aos quadros clínicos em humanos.



Instinto animal
Pode parecer crueldade, mas algumas fêmeas matam e, em alguns casos, até comem os filhotes após o nascimento. O professor Nereu Carlos Prestes, da área de reprodução animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (Unesp-Botucatu), explica que antigamente os animais matavam as crias para compensar uma deficiência nutricional. "Hoje, a inabilidade materna, o estresse durante o parto ou a tentativa de esconder os filhotes justifica essa ação". Há casos em que, muitas vezes, tentando proteger o animal, a fêmea esconde o filhote deitando-se sobre ele e acaba sufocando-o. Existe ainda a possibilidade de que a mãe perceba qual é o mais fraco e impeça sua sobrevivência. "Esse instinto é para proteger o bando. Um filhote fraquinho ou com problemas pode chamar a atenção de predadores e atrapalhar o grupo".


Blog do Johnnyon

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