sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cadela salva mulher grávida de 9 meses em Sorocaba (SP)




Histórias de cachorro comovem qualquer cidadão, até quem não gosta do bicho. Nesta quarta-feira (29), porém, o caso de uma heroína doberman comoveu os moradores da Vila Eros, zona norte de Sorocaba. A cachorrinha Dalas, 9 anos, salvou a vida de Lia Damágio, 31, grávida de 9 meses.
Ela impediu que um cachorro da raça pitbull atacasse sua tutora. “Abri o portão para sair e o animal entrou em casa. Ele foi na direção da  minha esposa. Dalas partiu para cima do invasor, mas foi atacada sem piedade”, contou o supervisor Valdecir de Oliveira, 33, marido de Lia, orgulhoso com o comportamento da cadela. “Meu filho e a Lia, grávida, estavam no quintal. Não sei o que teria acontecido sem a presença de espírito de Dalas”, diz Valdecir, que não esperava outro ataque.
Tutores do cão/ O tutor do Pitbull é o diretor da Casa Nova Mudanças e Transportes, que tem sede no mesmo bairro de Lia e Valdecir. O tutor do cão, que não teve seu nome divulgado pela polícia, apareceu na residência do casal minutos depois do início da briga entre as fêmeas doberman e pitbull. Valdecir já estava com uma ripa de madeira na mão tentando apartar a briga dos animais. Foi quando o empresário avançou no supervisor. Enquanto os cães se digladiavam, os tutores também brigavam. Segundo o defensor de Dalas, o empresário alegou que ninguém tem o direito de machucar um animal. “Ele disse que o pitbull fugiu da empresa e correu na direção da minha rua, que não teve culpa. Apareceu com o funcionário dele e vieram para cima de mim. Eu estava defendendo minha cachorra, nada mais que isso. Dei umas pauladas no pitbull e o dono não gostou. Mas a invasora é a cadela dele”, disse Valdecir, irritado com a situação.
Outro lado/ A reportagem do BOM DIA foi à Casa Nova Mudanças e Transportes, na rua Judith Silva Barbosa, na Vila Eros, mas nenhum responsável pela empresa quis falar. Um funcionário anotou os telefones do jornal, o tutor do pitbull não quis se manifestar até o fechamento desta edição.
Lia atendeu a campainha, mas não permitiu que o fotógrafo registrasse a heroica Dalas. Logo depois de defender sua tutora, ela foi levada para receber os cuidados de um veterinário. O profissional limpou as feridas do animal e ministrou antiinflamatório e um antibiótico. Dalas dormia no momento da visita do jornal. Segundo Lia, a cadela passa bem.
Lei estadual determina uso de focinheiraCães das raças rottweiler, mastim napolitano e pitbull  devem ser conduzidos em parques, ruas e outros locais públicos com coleira, enforcador e guias. A lei estadual nº 11.531/2003 prevê pagamento de multa de R$ 174,50. Em caso de reincidência, o dobro.
20%mais casos de cachorros perdidos ocorrem em Sorocaba nos fins de ano; os casos de briga entre cães e ataques às pessoas em locais públicos aumentam nesta época
Instinto gera a violênciaSegundo veterinário, comportamento agressivo dos cães  é motivado por defesa automática do território e de proteção
Mais que proteger o tutor, Dalas defendeu seu território. Essa é a opinião do veterinário Tiago José Gasparini, da FAS (Fundação Alexandra Schlumberger). O especialista esclarece que todo animal tem instinto de defesa e, com esse sentimento, adota uma pessoa da casa como tutor dele. “Quando essa pessoa é ameaçada, esse cão tende a ter comportamento agressivo. É natural”, diz Tiago. Em episódios de invasão de território, como foi a atitude do pitbull com Dalas, a motivação da agressão é diferente. “Além da defesa da mulher grávida, sua dona, Dalas defendeu o ambiente. Quando entra um estranho na residência, a tendência desses cães de guarda, como o doberban, é defender o território. Mais que defender Lia, ela quis preservar o habitat dela”, afirma o veterinário.
Para tutoras de animais que estão grávidas, como Lia Damágio, Tiago recomenda a “interrupção temporária do afeto”. “Três meses antes de dar a luz, a mulher deveria desprezar o animal, inclusive tirando-o de dentro de casa. Quando ela entrar na casa com o filho pela primeira vez, volta a dar carinho, com mimos. Com isso, o animal associará a criança à uma coisa boa. O cachorro passa a protegê-lo também. Como um segundo dono”.
Apesar de Dalas ser considerada uma cachorra de guarda e agressiva, ela é definida como dócil pelos tutores Valdecir de Oliveira e Lia Damágio.
Mesmo assim, o veterinário recomenda a guia. “Os pequenos, quando provocam os grandes, também geram confusão e violência”.
Ataque deixa marcas para sempreEm 2009, um pitbull marcou para sempre a  vida  da dona de casa Rosane de Fátima Campos, 40 anos.  Ela teve a perna esquerda amputada após um ataque do seu próprio cachorro, dentro da casa onde mora em Salto de Pirapora. O animal, já adulto (2 anos), foi presente de uma conhecida e estava com Rosane haviam apenas três dias.
Cadela salva mulher grávida de 9 meses
Fonte: Rede Bom dia
Blog do Johnnyon

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