As frentes frias que baixam a temperatura em boa parte do Brasil antes mesmo da chegada do inverno preocupam donos de animais de estimação e até os responsáveis por cuidador dos bichos que vivem nos zoológicos e parques. No Paraná, um dos estados acostumados com as variações das temperaturas, especialistas indicam cuidados simples para evitar complicações com gripes ou que eles passem por maus tratos.
Para animais domésticos e silvestres, o principal cuidado é evitar a passagem de ar frio nos abrigos e nos habitats naturais. No caso dos parques e zoos, o cuidado também é realizado através de equipamentos como lâmpadas especiais e cardápio diferenciado. No caso dos pets, cobertores e roupas são os recursos indicados.
Segundo o médico veterinário Alexandre Luiz Cantor, o arrepio e a tremedeira são os principais indícios de frio. Ele diz que as temperaturas baixas podem influenciar no desenvolvimento de doenças e as respiratórias são as mais comuns. “A gripe canina e felina são frequentes entre os animais nessa estação do ano e em casos mais graves podem levar até a casos de pneumonia. Os sintomas são parecidos com a gripe dos humanos - espirros ocasionais, secreção nasal, fraqueza e febre", especificou.
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O veterinário afirma que o tipo de gripe que atinge cães e gatos são transmitidas de animal para animal por meio de secreções nasais que aumentam com a chegada das baixas temperaturas. Perda de peso e de apetite são as principais características da doença.
“A melhor forma de proteger os animais contra a gripe ou qualquer outro tipo de doença é a administração correta das vacinas e mantê-los sempre bem aquecidos, principalmente os que possuem pelagens mais curtas, quando é indicado o uso de 'roupinhas', que ajudam a aquecer o bichos”, relatou.
O empreendedor Jorge Michel tem um pet shop e explica que uma das principais mudanças para proteger os animais é a alteração do termostato eletrônico da sala de tosa. “Aumentamos a temperatura de 20º C para 28º C para que o ambiente fique bem quentinho. Também tomamos mais cuidado na hora que o animal vai embora, o deixamos mais tempo dentro da sala para não ficar vulnerável a um 'choque térmico' na hora de sair do pet”, disse.
Para Paulo Xavier, que é proprietário de um hotel para cães, afirma que durante o inverno todas as ‘casinhas’ ficam totalmente fechadas, impedindo a passagem do ar frio. “Procuramos deixar os animais em locais bem aquecidos e eles saem para tomar sol algumas vezes ao dia. Além disso, eles sempre dormem com roupas, como uma espécie de ‘pijama’", contou.
“Deixo minhas duas cachorrinhas sempre bem agasalhadas. Levo toda semana para banho em lugares especializados porque sei que serão bem tratadas e quando elas estão em casa, vedo todas as janelas e fecho bem a casa onde elas dormem. O frio de Curitiba é forte, elas sentem tanto quanto a gente” relatou.
Cuidados no parque
No Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná, o aquecimento é feito através de lâmpadas de aquecimento e equipamentos mais refinados como aquecedores de piscina, para a água do lago das sucuris e sistemas de aquecimentos do piso, com o uso de tubulações com água aquecida.
No Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná, o aquecimento é feito através de lâmpadas de aquecimento e equipamentos mais refinados como aquecedores de piscina, para a água do lago das sucuris e sistemas de aquecimentos do piso, com o uso de tubulações com água aquecida.
De acordo com o veterinário Mathias Dislich, as aves toleram bem as baixas temperaturas pois contam com a proteção de penas e plumas, mas possuem boas opções de abrigos contra a chuva e o vento. "As podas nos recinto proporcionam mais acesso à luz solar. As da região amazônica, como a Ararajuba, recebem fontes adicionais de calor através de luzes infravermelhas. Os répteis por sua vez dependem exclusivamente de fontes de calor externas", contou. O parque conta com mais de mil espécies de aves e répteis.
Em Curitiba, o Passeio Público e o Zoológico Municipal comportam cerca de 2,2 mil animais divididos entre mamíferos, aves e répteis. O veterinário Manoel Javorouski, que trabalha há 16 anos nos dois locais, garante que os animais precisam, além de tudo, de uma alimentação com mais calorias para garantir a saúde nos dias mais frios. “Acrescentamos no cardápio mais nozes e castanha do pará para os primatas principalmente. O objetivo é para que eles possam acumular energia caso precisem gastar", explicou.
No caso dos chimpanzés, oferecemos cebola todos os dias para que fiquem protegidos contra a gripe. Alguns ambientes também contam com lâmpadas de aquecimento. No setor de veterinária do Passeio há aquecedor para os filhotes e para os animais que ficam em áreas externas. Os lugares são cobertos para que os mesmos possam se esconder nos dias mais frios", finalizou.
VEJA AS PRINCIPAIS DICAS PARA CUIDAR DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÂO NO FRIO
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BANHOS
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Se possível evite banhos em dias muito frios, caso seja necessário use água morna e seque bem
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PÊLOS
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Mantenha a pelagem do animal mais comprida no inverno, o pelo é uma proteção natural
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ROUPAS
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Vista ou cubra com um cobertor os animais com pelos curtos
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VACINAS
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Vacine anualmente contra traqueobronquite
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GAIOLAS
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É possível usar cortinas de plástico nas gaiolas, para cortar o vento. É importante deixar ao menos um lado livre para a circulação do ar
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ÁGUA
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Os biólogos lembram que peixes e tartarugas devem ser mantidos em água a temperatura de cerca de 25º C. Alguns aparelhos ajudam a fazer a medição e o controle
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